Brasil é o 6º país do mundo onde fontes solar e eólica mais prosperam

Um novo estudo da instituição de pesquisa sobre o clima Ember mostrou que as fontes de energia solar e eólica responderam por 10% da geração elétrica mundial no primeiro semestre de 2020, o dobro da participação registrada há apenas cinco anos atrás.

O Brasil ocupou a sexta posição entre os países que mais produzem essas fontes renováveis em suas matrizes elétricas, com 10% de toda a sua energia gerada pela luz do sol e ventos.

A Alemanha, líder do ranking, está bem acima da média global e produziu quase a metade (42%) de toda a sua energia esse ano exclusivamente por meio dessas duas fontes de energia limpa.

Em segundo lugar ficou o Reino Unido, com 33%, que graças a esforços feitos nos últimos anos, conseguiu elevar a participação da solar e eólica em sua matriz elétrica.

A China, maior produtora mundial das fontes de energia solar e eólica, registrou 10% de participação e ficou em sexto lugar, junto com o Brasil, Índia e Japão.

A Rússia é o maior país até agora a ignorar o potencial do vento e da energia solar, com apenas 0,2% de sua eletricidade proveniente de aerogeradores e placas fotovoltaicas.

De acordo com o estudo, nos 48 países analisados, a geração mundial da eólica e solar aumentou de 992 terawatts-hora (tWh) no primeiro semestre de 2019, para 1.129 tWh em 2020.

O resultado foi um aumento da sua participação na eletricidade global, de 8,1% em 2019 para 9,8% em 2020, mais que o dobro dos 4,6% em 2015, quando o Acordo do Clima de Paris foi assinado.

A participação das duas fontes é quase a mesma de usinas nucleares, a qual permaneceu inalterada desde 2019, com 10,5% da eletricidade global.

Carvão

Por outro lado, a geração global de carvão caiu 8,3% no primeiro semestre de 2020, em comparação com o mesmo período de 2019.

Um novo recorde no desuso desse combustível fóssil, que em 2019 já havia recuado 3%, a maior queda desde pelo menos 1990.

Conforme já analisado por outras publicações do setor, essa queda atípica no uso do carvão é resultado dos impactos da pandemia nos mercados globais e pode normalizar com a retomada das atividades e da demanda elétrica.

Segundo o estudo, a demanda por energia elétrica no mundo caiu 3,0% no primeiro semestre de 2020 devido ao COVID-19.

Os EUA e o Reino Unido registraram quedas significativas no uso do carvão mineral, 31% e 32%, respectivamente.

Por outro lado, a China registrou queda de apenas 2% e ampliou a sua participação na geração global de carvão, de 50% em 2019 para 54% até agora este ano. Em 2015, ela era de 44%.

No geral, a situação global também não é animadora e a Ember afirma que o setor elétrico global está fora do caminho para atingir a meta de 1,5 ºC.

Segundo o estudo, nem mesmo a queda abrupta de 8% do carvão neste ano de pandemia foi suficiente. A partir de agora até 2030, é preciso cortar 13% do seu uso a cada ano.  

O estudo mostra evidências de que as energias eólica e solar aumentaram rapidamente sua participação na maioria dos países do mundo, consolidando sua posição de destaque como fontes alternativas ao carvão.