O resultado da pesquisa Ibope Inteligência de 2020, encomendada pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), mostrou que a maioria dos brasileiros ainda está insatisfeita com o preço da energia no país.
Segundo a Abraceel, o valor pago pelos consumidores tem se tornado mais evidente nas despesas das famílias e aumentando o seu descontentamento.
Em 2014, ano em que foi a realizada a primeira pesquisa, o volume de entrevistados que consideravam a energia cara ou muita cara era de 67%.
No entanto, o percentual de insatisfeitos em 2020 foi menor que os 87% do ano passado. Neste ano, a pesquisa ouviu 2 mil pessoas em todas as regiões do país, entre os dias 24 de março e 1º de abril.
Para 55% dos entrevistados, o alto preço é causado pelos impostos enquanto 28% alegam a falta de concorrência no setor.
“Hoje a energia elétrica é um dos serviços mais taxados, por uma razão muito simples: os governos estaduais têm muita facilidade em arrecadar imposto por meio da conta de luz, então incidem diversos impostos – federais, estaduais – e o consumidor percebe que a energia é cara devido aos muitos tributos”, disse o presidente da Abraceel, Reginaldo Medeiros.
A liberdade para escolher a distribuidora de energia é uma das vontades que cresceram entre os brasileiros, sendo 80% neste ano em comparação com os 66% de 2014.
Caso fosse implantando um mercado livre, na qual o consumidor pode escolher a sua fornecedora de energia, 63% dos entrevistados neste ano afirmaram que mudariam de empresa, sendo o preço da energia o maior motivo para a troca.
Uma alternativa que pode não trazer bons resultados no Brasil, onde crises e problemas de geração geram constante inflação no preço da energia, como os novos aumentos gerados pela pandemia.
A solução garantida continua sendo gerar a própria energia em casa, uma vontade de 90% dos entrevistados neste ano, 13 pontos percentuais maior que o resultado da pesquisa em 2014.
Para Rodrigo Sauaia, CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), o motivo deste forte interesse dos consumidores está ligado a três fatores fundamentais: a redução dos preços do kit fotovoltaico, a inflação das tarifas de eletricidade e uma crescente consciência dos brasileiros sobre temas econômicos e de sustentabilidade.