Energia Solar Lidera Leilão A-4 Com Preços Baixos e Maioria de Projetos

Embora o uso da energia solar cresça mais expressivamente nas casas e empresas do Brasil, no último dia 18 desse mês a tecnologia fotovoltaica mostrou o seu potencial competitivo ao conquistar a maioria dos projetos contratados no Leilão de Energia Reserva A-4 (LER A-4).

Realizado na cidade de São Paulo pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) e promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Ministério de Minas e Energia (MME), o LER A-4 contratou, ao todo, 25 novos projetos de usinas elétricas, representando um total de 674,5 megawatts (MW), previstos para serem entregues a partir de 2021.

Com o menor preço médio de venda de energia elétrica entre todas as demais fontes, ou R$ 145, 68 por megawatt-hora (MWH), a energia solar liderou o certame e abocanhou nada menos que 20 desses projetos contratados, totalizando 574 MW.

Segundo o presidente da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), o evento marcou um novo marco para a expansão da solar no Brasil, com seu preços ficando, pela primeira vez, abaixo de fontes com tecnologias já estabelecidas no Brasil, como a hídrica e biomassa.

Isso, de acordo com Sauaia, é o resultado da contínua queda dos preços dos equipamentos e a volta da valorização da moeda brasileira frente ao mercado estrangeiro, além da maior competitividade entre esse tipo de projetos.

Segundo o presidente da associação, ainda, essas novas usinas, que somarão investimentos privados de cerca de 2,5 bilhões de reais, irão atrair uma maior atenção de investidores estrangeiros para o mercado nacional.

Sem surpresas nessa questão, a grande maioria desses projetos de usinas solares contratados serão instalados na região Nordeste, onde os elevados índices de radiação solar fazem dela o local de maior potencial de geração elétrica. 

Entre os estados que receberão as usinas solares, Piauí ficou com 240 MW, Pernambuco com 147 MW e Bahia com 112 MW. Sudeste também marcou presença e receberá um projeto de 75 MW no estado de São Paulo.

Sauaia, entretanto, ressalta que esse resultado positivo da solar no leilão não significa nada caso estes projetos não vejam a luz do dia, uma vez que muitos daqueles contratados nos leilões anteriores acabaram sendo cancelados no leilão de descontratação realizado este ano.