O Ministro das Cidades, Bruno Araújo, anunciou na última quinta-feira, dia 10 de agosto, que os resultados dos estudos sobre a implantação da energia solar fotovoltaica no Programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV) viabilizam a sua aplicação e que uma portaria deverá ser criada para iniciar esse projeto já em 2018.
O comunicado foi feito durante evento ocorrido da na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), instituição que propôs a iniciativa e que assinou, durante o 12º Congresso Brasileiro da Construção em dezembro do ano passado, um protocolo de intenções para a execução do projeto, juntamente com o Ministério das Cidades e o Ministério do Trabalho.
Depois de assinado o protocolo, coube a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), em parceria com Furnas e a própria FIESP, através de seu Departamento da Indústria da Construção (Deconcic), a realização do estudo para análise da viabilidade do projeto. E o resultado, claro, não poderia ser mais positivo.
Economia Para Quem Mais Precisa – Energia Solar no Minha Casa, Minha Vida
De acordo com o estudo, os consumidores da faixa 1 atendidos pelo programa possuem um consumo mensal médio de 100kWh, com a média da tarifa ficando em R$0,359 por quilowatt-hora, ou seja, um gasto mensal de R$35,90.
Com o uso da tecnologia, que virá implantada na casa e com o seu valor já incluso na prestação, esses mesmos consumidores poderão gerar 70 kWh ao mês, economizando 70% do valor gasto na conta de luz, ou estimados R$25,13, os quais representam uma economia de 28% no valor atual da prestação de um desses imóveis, que é de R$90.
Como os sistemas são conectados à rede elétrica, o restante da energia consumida continuará vindo da rede, como explica Rodrigo Sauaia, presidente da ABSOLAR; “Ele [beneficiário do programa] continua aproveitando a energia da rede elétrica. O sistema fotovoltaico complementa, gerando energia limpa. E a energia adicional [de] que a habitação precisar poderá ser obtida da rede”.
Manuel Rossitto, vice-presidente do Conselho Superior da Construção (Consic), foi quem explicou como deverá funcionar o projeto: “O proprietário da residência adquire o sistema solar fotovoltaico junto com a unidade habitacional, com o valor embutido nas prestações que serão pagas pelo imóvel, possuindo o incentivo natural para manutenção e conservação do sistema”. Ou seja, a pessoa que se enquadrar dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida poderá pagar por um sistema de energia solar já nas parcelas da aquisição da própria casa.
Muitos Benefícios
Com a utilização em grande escala da tecnologia no programa habitacional, não serão apenas esses consumidores menos favorecidos que serão beneficiados, que irão ganhar em economia e eficiência energética, mas o setor e indústria do país, assim como a população em geral, com a geração de empregos que isso irá demandar e a consequente geração de renda.
“A proposta mostrada hoje possibilita avançarmos no Brasil na renovação de energia alternativa, utilizando um programa que tem diversas finalidades: numa ponta, a entrega de residências a quem não possui condições de obter se não for por meio de subsídio governamental, por outra ponta, gerar emprego e renda.”, disse o ministro Bruno Araújo, o qual ainda prometeu novidades em breve; “Semana que vem, seguramente, vamos ter notícia sobre essa nova regra se incorporando ao programa habitacional brasileiro”, disse ele durante o evento.
Segundo Rodrigo Sauaia, se levado em conta as 400 mil residências anuais atendidas pelo programa, 24 mil vagas de emprego poderão ser criadas por esse projeto, gerando cerca de R$ 200 milhões de renda para os trabalhadores.
No que depender da FIESP, o projeto irá sair do papel, segundo afirmação de seu presidente, Paulo Skaff; “Vamos ajeitar para que isso seja colocado em prática o mais rápido possível. Vamos nos empenhar ao máximo para que tudo dê certo.”
Nelson Colaferro, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, também apoiou o projeto e defende a utilização da tecnologia no país; “Recomendamos ao Governo Federal que aproveite a energia solar fotovoltaica como uma ferramenta transversal para o desenvolvimento do país, movimentando a economia e gerando milhares de empregos locais e de qualidade distribuídos ao redor do país”.