Fruto da negociação de órgãos do setor solar, o recém anunciado programa de financiamento de energia solar rural também beneficia outras fontes renováveis, levando energia limpa para esses grandes consumidores de energia.
De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), existem hoje no Brasil mais de 4 milhões de consumidores de energia elétrica na zonal rural. Dentro desta classe de consumidor, enquadram-se as subclasses:
- agropecuária rural
- instalações elétricas de poços de captação de água
- serviço de bombeamento de água destinada à atividade de irrigação
- agropecuária urbana
- residencial rural
- cooperativa de eletrificação rural
- agroindustrial
- serviço público de irrigação rural
- escola agrotécnica: estabelecimento de ensino direcionado à agropecuária
- aqüicultura
A utilização de energia elétrica por esses consumidores vai desde a básica iluminação das residências, até o uso em sistemas de bombeamento de água, eletrificação de cercas e sistemas de irrigação.
Como muitas dessas propriedades ficam localizadas em regiões sem acesso à rede pública de energia, seus proprietários acabam por utilizar sistemas próprios de geração de energia, como geradores à diesel que, embora cumpram o seu papel, são muito onerosos e poluem o meio ambiente.
A utilização de sistemas fotovoltaicos conectados à rede por essa classe de consumidores ainda é embrionária no país, segundo os últimos dados do segmento de geração distribuída liberados pela ANEEL, dos quase 9 mil sistemas instalados, apenas 1,8% deles geram energia para propriedades rurais.
Embora a utilização de sistemas solares fotovoltaicos seja de grande viabilidade econômica, visto a grande capacidade de geração e longa durabilidade dos sistemas, o alto valor de investimento sempre foi um impasse para a disseminação da tecnologia entre este tipo de consumidor.
Por esse motivo, linhas de financiamento de energia solar fotovoltaica rural sempre foram uma solução para aqueles produtores que buscavam gerar a sua própria energia limpa e, agora, eles passam a contar com mais uma dessas linhas de crédito.
Também já escrevemos aqui no Blog da Blue Sol um artigo completo sobre como funciona o financiamento de energia solar para sistemas fotovoltaicos residenciais, com exemplos práticos e também com as projeções de fluxo de caixa.
BB Agro Energia
Energia Limpa Para os Produtores Rurais
Visando apoiar a produção de energia limpa e renovável em atividades do agronegócio, o Banco do Brasil anunciou o lançamento do programa Agro Energia, que irá financiar projetos de geração própria de energia a partir de fontes renováveis, atendendo pessoas físicas, jurídicas e cooperativas.
O anúncio foi feito na semana passada, durante a Tecnoshow Comigo, importante feira de tecnologia rural no país. Somente para este ano, estima-se que o programa de financiamento solar fotovoltaico rural libere cerca de R$ 2,5 bilhões.
Com esse financiamento, o produtor rural que optar pela implantação de sua própria usina geradora, seja ela alimentada pelas fontes solar, eólica ou biomassa, poderá obter uma redução em seus custos de produção, além de se tornar energeticamente autossuficiente.
O programa ainda visa a transferência de tecnologia ao campo, manutenção de renda e a ampliação dos negócios com o setor agropecuário. Recentemente, em maio de 2017, outra forma de financiamento rural foi criada pelo Bando do Nordeste para estimular o uso de sistemas fotovoltaicos no campo, o programa Agroamigo Sol.
“A possibilidade do produtor gerar energia solar fez com que o Banco do Brasil lançasse esse crédito. Todos, do pequeno ao grande produtor e até cooperativas podem ter acesso a essas linhas de crédito, que são condizentes com o porte de cada um deles. Com taxas e prazos compatíveis com a sua necessidade”, afirmou Marco Túlio Moraes da Costa, diretor de agronegócio do BB, durante o anúncio na feira.
Alguns segmentos da agroindústria, por possuírem maior demanda energética, como os de avicultura e suinocultura, terão preferência na hora da escolha dos projetos, os quais também deverão ser iguais ou menores que 1 MW.
É importante frisar que a linha de financiamento de energia solar rural engloba não somente aqueles sistemas que serão conectados à rede de energia, mas também contempla os sistemas fotovoltaicos que irão atuar de forma isolada, que utilizam bancos de baterias, os chamados sistemas Off-Grid.
Caso você não saiba as diferenças entre os sistemas fotovoltaicos conectados à rede (On-Grid) e os sistemas isolados à rede (Off-Grid), confira esse artigo e acabe de vez com essa dúvida.
As Diferentes Linhas de Financiamento de Energia Solar Rural do BB Agro Energia
O BB Agro Energia será vinculado em diferentes linhas de financiamento de energia solar pelo Banco do Brasil, destinadas aos diferentes grupos de consumidores rurais.
Para a agricultura empresarial, o crédito será liberado através das linhas FCO Rural, Inovagro, Investe Agro e Pronamp.
Para as famílias agricultoras, a linha será a Pronaf Eco. Já as cooperativas agropecuárias podem solicitar o crédito através das linhas Pronaf Agroindústria e Prodecoop.
Taxas de Juros
As taxas de juros variam de 2,5% até 12,75% ao ano, com o prazo médio de 10 anos para quitação. Os agricultores também poderão contar com financiamentos de até 100% do valor do projeto.
Visando atender ambos, grandes e pequenos produtores, o teto do valor de projeto financiado será de R$30 milhões.
Ajuda Imprescindível
Atuando nos bastidores do segmento de energia solar no Brasil, a ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica) foi peça fundamental para essa nova conquista dos consumidores, negociando já há dois anos com o banco por essas linhas de crédito ao setor.
De acordo com o seu presidente executivo, Rodigo Sauaia, essa linha de financiamento de energia solar rural representa uma evolução para o financiamento da fonte, uma vez que é direcionada exclusivamente para o setor agrícola, além de ser uma ação coordenada.
“O programa tem abrangência nacional, agora o foco é o agronegócio brasileiro. Isso é muito sinérgico”, afirma.
Com mais essa conquista, agora a associação negocia junto ao banco a abertura de uma linha de financiamento para consumidores na área urbana.
Fonte de Informação: G1 – Fonte Canal Energia – Fonte Banco do Brasil – Fonte