Índia prevê superar sua meta de uso de fontes de energias renováveis

Uso de fontes de energias renováveis na Índa: Usinas Solares

Com os crescentes investimentos em novos projetos, o governo da Índia projeta que irá ultrapassar a sua meta de uso de fontes de energias renováveis, estabelecida no Acordo climático de Paris (COP-21) no ano passado.

A Índia é um dos países emergentes que mais apostam em projetos sustentáveis para geração de energia. No últimos anos, os projetos de uso de fontes de energias renováveis no país têm recebido sucessivos investimentos do setor privado.

Agora, um esboço dos planos energéticos do país pelos próximos 10 anos, publicado nesta semana, estima que a Índia terá 57% da sua energia gerada através de fontes renováveis até 2027, quase metade a mais dos 40% que havia prometido até 2030, durante o acordo global do clima de Paris no final do ano passado.

Os planos também indicam que a Índia não irá necessitar de novas usinas de carvão para atender sua demanda energética até 2027. Isso cria novas dúvidas quanto a viabilidade dos projetos em mineração no exterior em que o país investe atualmente, como a mina de carvão prevista para ser construída em Queensland, que será a maior da Austrália.

Para alcançar esses objetivos no uso de fontes de energias renováveis, o ministro de energia da Índia, Piyush Goyal, tem recorrido à ajuda das nações ricas para proverem o capital necessário para investimento nesses projetos sustentáveis.

Embora os investimentos estatais não tenham sido suficientes, o diretor do Instituto para Economias Energéticas e Análises Financeiras (Institute for Energy Economics and Financial Analysis, em inglês), Tim Buckley, diz que o país compensou o déficit através da injeção de capital proveniente dos setores privados, doméstico e estrangeiro, nos últimos 12 meses.

Uso de fontes de energias renováveis no país cresce graças a investimentos de países estrangeiros

A índia é um país densamente populoso e possui uma enorme demanda energética, além disso, os seus potenciais de geração Solar e eólica são altíssimos. Visando aproveitar esse ótimo mercado, várias empresas estrangeiras têm prometido investimentos em projetos de uso de fontes de energias renováveis no país.

Uma dessas empresas é a multinacional japonesa Softbank, a qual se comprometeu a investir U$20 bilhões no setor solar indiano, em conjunto com a empresa taiwanesa Foxconn e o grupo empresarial indiano Bharti Enterprises. Já a companhia energética francesa, EDF, também anunciou, em setembro deste ano, que irá investir U$2 bilhões em projetos de uso de fontes de energias renováveis na Índia.

O futuro renovável da Índia

Entre essas fontes de energias renováveis, a Solar é a mais utilizada em novos projetos no país. A companhia energética indiana Adani’s Carmichael, por exemplo, inaugurou a maior usina solar do mundo no começo desse ano, na cidade de Tamil Nadu. Já o conglomerado energético Tata anunciou, em outubro, que pretende gerar cerca de 40% de sua energia através de fontes renováveis até 2025.

De acordo com Burkley, essa transformação energética prevista no país também deve-se aos avanços tecnológicos que possibilitaram a queda dos preços da energia solar, os quais caíram 80% nos últimos cinco anos.

 “A Índia está se movendo para além dos combustíveis fósseis a um ritmo sequer imaginado há apenas dois anos”, disse ele. “O governo apresentou um plano de energia que é comercialmente viável e fundamentado sem subsídios, então você tem grandes corporações globais e empresas de serviços públicos comprometidas com isso”.

Nas projeções para 2027, a Índia visa gerar um total de 275GW (gigawatts) de energia renovável, somados aos 72GW da fonte hídrica e 15GW da fonte nuclear. Além disso, cerca de 100GW serão gerados através de outras fontes de emissão zero, e avanços na eficiência energética deverão ainda reduzir a necessidade de aumento de capacidade em 40GW nos próximos 10 anos.

Cerca de 50GW em projetos de usina de carvão atualmente em desenvolvimento na Índia deverão ficar “encalhados” sob essa previsão, disse Buckley, com previsões oficiais mostrando que “nenhuma dessas usinas serão necessárias antes de 2022 e somente possível após 2027”.

Fonte de Informação: The Guardian – Fonte