Uma velha conhecida dos brasileiros, a inflação energética que encarece as contas de luz irá se intensificar ainda mais durante os próximos anos, já apontam dados do setor.
Neste mês, o valor da bandeira tarifária atingiu o nível vermelho – patamar dois, elevando o custo da energia ao seu valor mais caro até hoje e, inversamente, indicando que o nível de geração elétrica do país está em seu pior estado.
Como sabemos, mais de 60% da matriz energética do país vem da fonte hídrica e, com os períodos de estiagens se agravando e reduzindo o volume dos reservatórios, a geração elétrica por essa fonte se reduz consecutivamente.
Assim, o governo, tentando contornar uma situação que ele mesmo ajudou a criar, se vê obrigado a adotar soluções imediatistas que não só delongam o problema, como elevam o custo final da energia aos consumidores.
Entre essas “soluções” estão o uso das usinas termelétricas, que já rodam em 100% de sua capacidade e poluem o meio ambiente, e a compra de energia de países vizinhos, como Uruguai e Argentina.
Esse cenário preocupante se torna ilógico quando lembramos da vasta oferta de recursos naturais para geração de energia que o Brasil possui, com os melhores índices de radiação solar e força de ventos entre todos os países.
Entretanto, segundo o Banco de Informações de Geração (BIG) da ANEEL (Agência Nacional de Energia), a contribuição atual da fonte eólica na matriz energética do país é de %7,61, com 483 usinas em operação, enquanto a da solar é de apenas 0,27%, com 63 usinas.
Saída Cria Mercado Em Expansão
Com esse cenário desanimador e as perspectivas de contas de luz cada vez caras, consumidores de todo o país tem decidido cortar o mal pela raiz e se livrar de vez das amarras das distribuidoras através da autogeração.
Desde que o segmento de geração distribuída foi criado e regulamentado pela ANEEL no final de 2012, através de sua Resolução Normativa Nº482, milhares de brasileiros passaram a se tornar “prosumidores”, como são chamados os que produzem e consomem a própria energia.
E, junto a essa mudança de paradigma do setor elétrico, criou-se um mercado de crescimento exponencial que tem se mantido independente das crises políticas e econômicas que o país enfrenta.
Dentre as tecnologias disponíveis para essa autogeração pelo consumidor, a solar fotovoltaica é, de longe, a mais escolhida por apresentar maior eficiência e economia, uma vez que utiliza o que de mais há no Brasil: luz do sol.
Antes da resolução, o país registrava apenas 4 desses sistemas instalados, hoje, o número de consumidores que geram sua energia através do sol supera os 17 mil,
Para atender a esse mercado, as empresas prestadoras de serviços, que comercializam, projetam, instalam e solicitam a conexão desses sistemas à rede da distribuidora cresceu (e cresce) em volume proporcional.
O número de empregos criados pelo setor solar no Brasil aumenta a cada ano e atrai profissionais de todas as áreas e regiões, que, deparados com as perspectivas de ganhos, buscam um ingresso ou recolocação nesse mercado de trabalho.
Para isso, os cursos de capacitação técnica são a chave de entrada, que preparam o profissional para atuar com uma tecnologia incipiente e ainda pouco conhecida no país, seja para vender, projetar ou instalar os sistemas fotovoltaicos.