Porque o setor energético é considerado estratégico no combate as mudanças climáticas

Porque o setor energético é considerado estratégico no combate as mudanças climáticas

De acordo com um novo estudo, a adoção em massa das fontes renováveis poderia acabar com as emissões de CO2 até 2060, fato que explica porque o setor energético é considerado estratégico no combate as mudanças climáticas.

Insumo básico para o ser humano, o consumo mundial de energia elétrica sobe acentuadamente, refletindo uma sociedade em expansão e que cada vez mais utiliza de soluções que demandam o consumo elétrico.

Para suprir esse consumo crescente, as sociedades sempre buscaram nas fontes poluentes (carvão e petróleo, por exemplo) a fonte de sua geração elétrica. Agora, no entanto, como resultado dessa “geração suja”, vários problemas para a nossa qualidade de vida têm surgido, os quais precisam de soluções já!

As fontes de energia renováveis, embora possuam tecnologias de geração relativamente novas (quando comparadas com as formas poluentes tradicionais), vem avançado consideravelmente a sua participação nas matrizes energéticas dos países, que buscam nessas fontes limpas os meios de balancear os impactos ambientais causados por anos de emissões de poluentes.

EUA e China, por exemplo, são os dois países que mais investem nas fontes renováveis, mais especificamente as tecnologias fotovoltaica e eólica e, juntos, lideram a revolução energética que vem mudando a nossa forma de gerar e consumir energia.

Agora, com o resultado de um novo estudo divulgado no fim de março, fica a esperança de que, com o uso dessas fontes limpas, no futuro poderemos cessar totalmente as nossas emissões de CO2 (dióxido de carbono), conseguindo assim uma conquista na luta contra às mudanças climáticas.

O poder de transformação das energias renováveis

O estudo foi realizado pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena ou International Renewable Energy Agency, em inglês) e divulgado durante a conferência dos representantes dos países que compõem o G20, realizada no final de março, em Berlim.

De acordo com a publicação, cerca de dois terços das emissões dos gases de efeito estufa são provenientes da produção e consumo dos combustíveis fósseis, tendo emitido 32 gigatoneladas de CO2 relacionados em 2015.

Para que os países consigam alcançar suas metas de redução estabelecidas no Acordo de Paris, e assim evitar que a temperatura mundial suba acima dos 2º C, essas emissões teriam de ser reduzidas em 85% pelos próximos 35 anos, uma média de 2,6% ao ano e ficando em 9,5 gigatoneladas a partir de 2050.

Como forma de alcançar esse resultado, ainda segundo o estudo, a participação das fontes renováveis no fornecimento de energia primária deveria aumentar consideravelmente, de 15% no ano passado, para 65% em 2050, praticamente dobrando o seu crescimento atual.

Com isso, as emissões mundiais de CO2 provenientes dos setores de energia poderiam ser reduzidas em 70% até o mesmo ano de 2050, e completamente eliminadas até 2060. Atualmente, as energias renováveis representam 24% da produção mundial de energia e 16% da oferta de energia primária.

COMPETITIVIDADE E INVESTIMENTO

O texto argumenta que as tecnologias das fontes renováveis já possuem custos competitivos com as das demais e pede que os governos dos países criem quadros políticos que favoreçam e acelerem essa transição. Como prova dessa competitividade das renováveis, elas foram responsáveis por mais da metade das novas instalações elétricas mundiais entre 2012 e 2016.

Quando colocado em números, para que essa transição ocorra, adicionais US$29 trilhões deveriam ser investidos em renováveis até meados do século, equivalendo a 0,4% do PIB global. No entanto, segundo o estudo, tais investimentos criariam um estímulo que, associado a outras políticas de apoio ao crescimento, impulsionaria esse mesmo PIB para 0,8% em 2050.

Mas será que tal transição é mesmo possível?

Tecnicamente, sim, diz o relatório da agência. Porém, reformas políticas significativas, assim como inovações tecnológicas e menores custos das tecnologias de baixo carbono devem ser alcançados para que elas sejam responsáveis por 70% da energia gerada em 2050.

Fonte de Informação: Exame – Fonte        IRENA – Fonte