Menos de 7 anos após a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) regulamentar o segmento de geração distribuída, o Brasil ultrapassou a marca histórica de 1 Gigawatts de energia gerada pelos seus próprios consumidores.
Esses são os números oficiais da ANEEL, que compila diariamente a quantidade de sistemas conectados à rede no país, e mostram a quebra do recorde no último 31 de maio de 2019.
A maior parte dessa capacidade foi conectada no ano passado, quando 35.069 novos micro e minigeradores foram conectados à rede no Brasil.
Já ao final de maio deste ano eram 82.532 sistemas instalados, sendo a maioria esmagadora deles de sistemas de energia solar fotovoltaica.
Aproximadamente 74% dos sistemas são residenciais, seguidos pelos sistemas comerciais, rurais e industriais. Geração em prédios e serviços públicos compõem o restante.
Já em capacidade de geração, as empresas dominam com mais de 43% do total, seguidos pelos residenciais, industriais e rurais, com 31% , 12% e 10%, respectivamente.
O estado de Minas Gerais, líder no segmento, é o único com mais de 200 MW instalados, liderando o ranking nacional com mais de 21% da capacidade instalada, seguido pelo Rio Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso e Santa Catarina.
Segundo o presidente do Conselho de Administração ABSOLAR (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), Ronaldo Koloszuk, o forte crescimento dos últimos dois anos está relacionado a módulos fotovoltaicos mais baratos, maiores tarifas de energia e uma maior conscientização ambiental entre os consumidores.
Iniciado em 2012, após a publicação da Resolução Normativa Nº 482, o segmento de geração distribuída vem crescendo na mesma proporção com que aumenta o custo da energia elétrica no país.
Em 2016, o Ministério de Minas e Energia introduziu um pacote de medidas que ajudou a ampliar o segmento, que começou uma curva de crescimento exponencial, puxado também pelas novas modalidades de geração introduzidas pela ANEEL em 2015.
Recentemente, a oferta de linhas de financiamento também ajudou a trazer a tecnologia mais próxima dos consumidores, que usam a própria economia na conta de luz para pagar o valor da parcela.
Segundo a projeção oficial da ANEEL, o Brasil terá 886.700 sistemas fotovoltaicos sob a geração distribuída até o final de 2024.