Desde que o acidente nuclear ocorrido em 1986 anulou as chances de vida humana na região de Chenobyl, na Ucrânia, os governantes do país visavam uma utilidade para essa região desolada, e a energia solar foi a solução perfeita para isso.
Em julho de 2016, então, o ministro da Ecologia do país anunciou os planos para revitalização dessa área de 1.600 quilômetros através de projetos de usinas solares que, juntas, somarão um total de 119 milhões de dólares em investimentos.
Agora, o primeiro desses projetos deve sair em breve do papel, fruto do trabalho em parceria da firma de engenharia ucraniana Rodina Energy Group e da empresa de energia renovável alemã Enerparc, com sede em Hamburgo.
O projeto contará com uma potência de 1 megawatt de energia solar e terá um custo aproximado de 1,2 milhão de dólares, segundo o CEO da Rodina, o qual ainda afirma que este projeto fica a apenas 100 metros de uns dos reatores da antiga usina nuclear.
Segundo ele, sua empresa, que já conta com 150 MW de potência fotovoltaica instalados em países da Europa, tem planos para mais desses projetos na área abandonada de Chernobyl, sendo 99 MW em parceria com a empresa alemã.
Uma vez que a radioatividade presente na região torna inviável a agricultura e outras técnicas de cultivo, aliado ao fato de que já existem milhares de quilômetros de linhas de transmissão presentes e que eram usadas pela antiga usina para transportar a energia as cidades do país, a escolha pela energia solar acabou se tornando lógica aos seus governantes.
Contudo, uma vez que projetos nessa área apresentam certos riscos, o governo da Ucrânia irá oferecer diversas vantagens com o intuito de atrair o interesse de empresas, como terrenos mais baratos e contratos de oferta de energia padrão mais altos, ou seja, ela pagará mais pelo quilowatt-hora de energia.
Esse primeiro projeto, por exemplo, contará com um contrato para pagamento do quilowatt-hora a 15 centavos de euro até 2030, quase 40% a mais que o teto para esse tipo de projeto na Europa, segundo os dados da Bloomberg New Energy Finance.
Tais benefícios já atraíram o interesse de grandes empresas do segmento, como a Engie, e devem tornar essa região morta em uma futura grande geradora de energia limpa e renovável.