Um dos maiores benefícios da tecnologia solar fotovoltaica é a sua geração de energia elétrica 100% limpa através da conversão direta da luz do sol por meio dos módulos fotovoltaicos, conhecidos no popular como placas solares.
No entanto, apesar de gerar eletricidade sem poluentes, para considerarmos a solar fotovoltaica ou qualquer outra tecnologia de geração elétrica sustentável, devemos pensar em métodos limpos para a produção e descarte de seus equipamentos.
Segundo um levantamento feito em 2016 pela Agência Internacional de Energia Renovável (International Renewable Energy Agency, ou IRENA em inglês), mais de 78 milhões de toneladas de equipamentos fotovoltaicos serão acumulados mundialmente até 2050.
Ainda segundo a análise de mercado, caso reciclados e inseridos de volta à cadeia de produção, o valor recuperado desses equipamentos poderia superar os 15 bilhões de dólares.
Esse cenário positivo pode estar uma passo mais próximo de se concretizar se depender de um projeto de reciclagem de placas solares proposto por uma empresa alemã e patrocinado pela União Europeia (UE).
Trata-se de uma planta de reciclagem para placas solares desenvolvida pela empresa Geltz Umwelt-Technologie, com sede no sul da Alemanha e especializada no tratamento de água e recuperação de metais preciosos.
Segundo Fabian Geltz, diretor administrativo da Geltz, a planta já se encontra e fase de teste e utiliza um processo criado pela empresa e seus parceiros que permite a separação e recuperação de diversos materiais utilizados na fabricação das placas, como alumínio, vidro, prata, cobre, estanho e silicone
Geltz explica que, superada essa que era a grande barreira para a reciclagem das placas, o desafio agora é reciclar cada um desses materiais valiosos separados com o mais alto grau de pureza possível.
Ainda segundo ele, os gases tóxicos liberados pelo processo de separação de materiais criado pela Geltz são neutralizados diretamente na fábrica, anulando a liberação de poluentes.
Após maior otimização do processo, a empresa estima que essa instalação piloto será capaz de processar até 50.000 módulos por ano, recuperando mais de 95% dos materiais recicláveis.