O crescimento anual das capacidades instaladas das fontes solar fotovoltaica e eólica irão torná-las líderes da geração elétrica mundial até 2050.
É o que aponta a última edição do relatório anual da empresa Bloomberg New Energy Finance (BNEF), o New Energy Outlook 2019 (Panorama da Nova Energia 2019, em tradução livre).
Trata-se de um dos maiores estudos sobre a setor elétrico mundial, formulado em nove meses e com a colaboração de mais de 65 especialistas da empresa.
E é nesse cenário que a BNEF antecipa as fontes solar e eólica como as de maior representatividade, responsáveis por 48% da geração elétrica em todo o mundo até o final de 2050.
O principal motivo apontado para essa expansão são os preços em queda das tecnologias que, segundo a BNEF, já são mais baratas que as demais fontes em mais de dois terços do mundo.
Outro fator destacado foram os próprios consumidores, que com o uso doméstico dessas fontes aliado ao uso de baterias, como no caso da energia solar residencial, estão descentralizando a geração.
No geral, as fontes de energia renováveis deverão responder por 62% da demanda elétrica mundial e os combustíveis fósseis cairão para 31% nesse período, enquanto o petróleo como fonte elétrica deverá sair de cena por volta de 2030.
Segundo o estudo, esse crescimento das renováveis irá ajudar o setor elétrico mundial na sua meta climática de emissões, permitindo que a temperatura mundial fique abaixo dos 2 ºC pelo menos até 2030.
Apesar de prever uma redução global no uso de carvão, o estudo mostra que ele continuará crescendo na Ásia antes de chegar ao pico mundial em 2026, quando então começará a perder mercado de geração.
Em termos financeiros, a BNEF estima que a expansão total da capacidade de geração elétrica até 2050 exigirá investimentos de cerca de 13,3 trilhões de dólares, sendo que 77% desse volume será voltado as fontes limpas.
Já entre os mercados de maior destaque, o estudo mostra que a Europa deverá apresentar a transição mais rápida para um setor elétrico limpo, com 80% de participação da solar e eólica até 2050.
A China, ainda altamente dependente do carvão, e os Estados Unidos com o uso do gás natural deverão ficar em segundo e terceiro lugar, com respectivos 48% e 35%.