O novo certame da Agência Nacional de Energia (ANEEL), agendado para dezembro, prevê a contratação de centenas de novos projetos de usina solar e eólica.
Está prevista para o dia 19 de dezembro a realização do 2º leilão de energia de reserva de 2016 do governo, o qual visa a contratação de novos projetos de usinas elétricas por fontes renováveis, como a solar e a eólica, através de Contratos de Energia Reserva (CER).
Inicialmente marcadas para o primeiro leilão, que ocorreu em 23 de setembro, as contratações foram adiadas para este segundo certame.
No total, foram cadastrados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), 1.260 empreendimentos de geração de energia eólica e solar fotovoltaica para o leilão, sendo 841 projetos eólicos e 419 fotovoltaicos, somando 35.147MW (Megawatts) de potência instalada. Esse cadastramento é exigido a todos os projetos que visam participar dos leilões, e depende de sua habilitação técnica.
No último dia 11 a ANEEL definiu os valores teto para a licitação, sendo R$320,00 por megawatt-hora para usina solar e R$247,00 para a fonte eólica. Especialistas do setor ficaram animados com esses valores e afirmam que eles deverão atrair investidores, mesmo em meio as incertezas econômicas do país.
Os preços estabelecidos também poderão acomodar possíveis riscos cambiais, visto a recente desvalorização do real em relação ao dólar devido ao resultado da eleição presidencial americana.
O presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, disse: “O valor foi bem recebido… atrairá um volume importante de empreendedores para participar do certame… com esta sinalização positiva ao mercado, haverá forte competição.”
O leilão ocorrerá em duas fases; na primeira os projetos serão classificados por preço de lance, considerando a capacidade de escoamento de energia para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Na segunda fase, o critério de seleção dos empreendimentos classificados na primeira fase será o de menor preço, conforme teto estipulado para cada fonte. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), esse formato tem como objetivo aumentar a competitividade do leilão.
Após o certame, os vencedores irão fechar contratos com duração de 20 anos, com início do suprimento marcado para 1º de julho de 2019.
Novos Estados deverão ganhar projetos de usina Solar e eólica
Para este ano, o MME intensificou as regras de licitação dos projetos cadastrados e exige que seja comprovada a capacidade de escoamento da potência a ser gerada associada ao SIN, evitando que se repita o mesmo que aconteceu com algumas usinas que foram contratadas nos leilões anteriores e que não puderam escoar toda a energia produzida devido a falta de linhas de transmissão.
Esse novo modelo deverá favorecer estados que eram menos visados nos leilões anteriores. Odilon Camargo, da certificadora de projetos Camargo Schubert, disse: “Posso imaginar que o Piauí vai ter parques em uma situação bastante favorável… Paraíba, Pernambuco. Maranhão tem alguma coisa também, então esses parques podem ser beneficiados nesse leilão”. Além desses, o Ceará é um que também deverá ser beneficiado.
Este será o terceiro leilão para a contratação de projetos fotovoltaicos para geração pública centralizada.
Em 2014, foram contratados projetos de usina solar que totalizaram 890 MW. Já em 2015, o governo realizou mais dois leilões, totalizando 2.653 MW contratados, com início de suprimento em 2017 e 2018.
Todos os certames foram realizados na modalidade de energia de reserva, e visam promover o uso da energia solar fotovoltaica no Brasil, além de fomentar a sua indústria.
O Brasil é um dos países com maior abundância da fonte solar e todos esses esforços em projetos fotovoltaicos de geração centralizada, aliado à explosão do número de sistemas de geração distribuída instalados nas residências e comércios, reforçam os dados que apontam o país entre os 20 maiores produtores de energia solar até 2018.
Fontes de Informação: EPE Reuters Isto É Portal Brasil